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terça-feira, 3 de julho de 2012

REPENSANDO O MODELO DE TRANSPORTE A PARTIR DOS PRINCÍPIOS LEAN


REPENSANDO O MODELO DE TRANSPORTE NOS SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS, A PARTIR DOS PRINCÍPIOS LEAN
Por: André Luís Almeida Bastos¹

Nos últimos anos, as indústrias brasileiras têm se deparado com um novo paradigma de organização da produção, o qual confronta acentuadamente com o modelo tradicional que rege a gestão da maioria dos sistemas produtivos. Este novo paradigma, denominado lean manufacturing ou produção enxuta, baseia-se em conceitos já bastante conhecidos como: just in time, células de produção, polivalência, estoque zero, produção puxada, lote unitário, parcerias com fornecedores entre outros
De acordo com Slack et al (2009) implementar a manufatura enxuta significa focar na direção de remover todos os desperdícios elencados por Shingo (1996), de forma que se desenvolva uma operação mais rápida, mais confiável, produzindo produtos e serviços de alta qualidade com baixo custo, utilizando ferramentas, tal como o just-in-time, para alcançar tais metas.
De forma mais pragmática, sugere-se que a empresa aplique os princípios enxutos, sendo eles: especificar o que cria e o que não cria valor para os clientes e para a empresa; identificar todos os passos necessários para projetar e fabricar o produto através do fluxo total de valores visando destacar os passos que não adicionam valor (perdas); realizar ações que criam fluxo de valores sem interrupção, esperas, desvios, refugos ou contrafluxos; só fazer o que o cliente solicitar, ou seja, sem aplicação de esforço adicional ou superprodução e; avaliar constantemente o fluxo e remover continuamente os desperdícios (perdas) assim que elas forem descobertas, buscando a “perfeição”.
De fato, a tarefa é um tanto quanto árdua... mas, é necessário questionar alguns paradigmas tradicionais implementados e enraigados nas organizações, sob pena das organizações não estarem satisfazendo aos imperativos de competitividade cada vez mais restritivos e ditados pelos próprios clientes. De acordo com a lógica convencional dos sistemas produtivos, por exemplo, considera-se a eficiência do transporte com a utilização de maiores equipamentos de transporte, visando o maior aproveitamento da capacidade para reduzir o custo do frete, enquanto que, neste caso, o tempo de entrega pode ser penalizado.
Entretanto, no sistema enxuto, o abastecimento é ritmado e com maior freqüência de entrega que permite coletar informações da necessidade do cliente com uma maior freqüência. A informação das quantidades necessárias coletadas no processo cliente é transmitida ao processo produtivo - característica que, segundo Corbett et al. (1999), define o sucesso nos relacionamentos, e que por sua vez deve produzi-la na mesma seqüência em que recebe a informação. A premissa para viabilizar a produção do que é necessário no momento certo é melhorar a eficiência e a velocidade do setup.
No sistema convencional os lotes reduzidos aumentam a freqüência de movimentações. Neste sentido, busca-se consolidar as cargas, acarretando aumento do tempo de resposta ao cliente. Na lógica enxuta, o aumento da velocidade de resposta por meio de lotes reduzidos é obtido por meio de adequação de leiautes e redução de tempos de separação dos pedidos e de embarque de caminhões.

¹ O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referência:
CORBETT, Charles J., BLACKBURN, Joseph D. & WASSENHOVE, Luk N. Van. Case study partnerships to improve supply chains. Sloan Management Review, v.40, n.4, Summer 1999.
SHINGO, S. O sistema toyota de produção - do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre, Bookman, 1996.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 747 p, il.