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terça-feira, 3 de julho de 2012

REPENSANDO O MODELO DE TRANSPORTE A PARTIR DOS PRINCÍPIOS LEAN


REPENSANDO O MODELO DE TRANSPORTE NOS SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS, A PARTIR DOS PRINCÍPIOS LEAN
Por: André Luís Almeida Bastos¹

Nos últimos anos, as indústrias brasileiras têm se deparado com um novo paradigma de organização da produção, o qual confronta acentuadamente com o modelo tradicional que rege a gestão da maioria dos sistemas produtivos. Este novo paradigma, denominado lean manufacturing ou produção enxuta, baseia-se em conceitos já bastante conhecidos como: just in time, células de produção, polivalência, estoque zero, produção puxada, lote unitário, parcerias com fornecedores entre outros
De acordo com Slack et al (2009) implementar a manufatura enxuta significa focar na direção de remover todos os desperdícios elencados por Shingo (1996), de forma que se desenvolva uma operação mais rápida, mais confiável, produzindo produtos e serviços de alta qualidade com baixo custo, utilizando ferramentas, tal como o just-in-time, para alcançar tais metas.
De forma mais pragmática, sugere-se que a empresa aplique os princípios enxutos, sendo eles: especificar o que cria e o que não cria valor para os clientes e para a empresa; identificar todos os passos necessários para projetar e fabricar o produto através do fluxo total de valores visando destacar os passos que não adicionam valor (perdas); realizar ações que criam fluxo de valores sem interrupção, esperas, desvios, refugos ou contrafluxos; só fazer o que o cliente solicitar, ou seja, sem aplicação de esforço adicional ou superprodução e; avaliar constantemente o fluxo e remover continuamente os desperdícios (perdas) assim que elas forem descobertas, buscando a “perfeição”.
De fato, a tarefa é um tanto quanto árdua... mas, é necessário questionar alguns paradigmas tradicionais implementados e enraigados nas organizações, sob pena das organizações não estarem satisfazendo aos imperativos de competitividade cada vez mais restritivos e ditados pelos próprios clientes. De acordo com a lógica convencional dos sistemas produtivos, por exemplo, considera-se a eficiência do transporte com a utilização de maiores equipamentos de transporte, visando o maior aproveitamento da capacidade para reduzir o custo do frete, enquanto que, neste caso, o tempo de entrega pode ser penalizado.
Entretanto, no sistema enxuto, o abastecimento é ritmado e com maior freqüência de entrega que permite coletar informações da necessidade do cliente com uma maior freqüência. A informação das quantidades necessárias coletadas no processo cliente é transmitida ao processo produtivo - característica que, segundo Corbett et al. (1999), define o sucesso nos relacionamentos, e que por sua vez deve produzi-la na mesma seqüência em que recebe a informação. A premissa para viabilizar a produção do que é necessário no momento certo é melhorar a eficiência e a velocidade do setup.
No sistema convencional os lotes reduzidos aumentam a freqüência de movimentações. Neste sentido, busca-se consolidar as cargas, acarretando aumento do tempo de resposta ao cliente. Na lógica enxuta, o aumento da velocidade de resposta por meio de lotes reduzidos é obtido por meio de adequação de leiautes e redução de tempos de separação dos pedidos e de embarque de caminhões.

¹ O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referência:
CORBETT, Charles J., BLACKBURN, Joseph D. & WASSENHOVE, Luk N. Van. Case study partnerships to improve supply chains. Sloan Management Review, v.40, n.4, Summer 1999.
SHINGO, S. O sistema toyota de produção - do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre, Bookman, 1996.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 747 p, il.

domingo, 11 de março de 2012

Cursos MBA e Extensão 2012-2013 Programa de Qualificação Profissional no CIESP Franca

O CIESP Franca ainda continua recebendo as inscrições para as matriculas nos Programas MBA e Cursos de Extensão do Programa de Qualificação Profissional lançado para 2012 - 2013.

O Programa contempla 3 Formações em MBA e Especialização para os candidatos interessados já graduados e disponibiliza aos diversos Profissionais  do Setor da Industria e Serviços 30 Módulos de conteúdo em Gestão Industrial, em Processos e Produtos, Marketing de Produtos e Marketing de Campanhas para o setor da Moda e, Engenharia de Produção contemplando módulos específicos em Produção Enxuta.  Disponibilizando aos Empresários, Associados ao CIESP e demais profissionais da Região Francana, educação presencial com ênfase na Qualidade,  focada nas temáticas da Competitividade de mercado da industria brasileira,  na Inovação e na Redução de custos e do tempo do processo produtivo, como estudo composto da Economia de Mercado.

Os cursos são devidamente certificados coordenados por instituições de credibilidade e com now-how na ultima década nas temáticas propostas, contando com equipe multidisciplinar de professores Mestres e Doutores de Grandes Universidades brasileiras;  conta  com o apoio e o comprometimento da equipe local do CIESP e é sugerido por sua diretoria regional como uma excelente opção de formação e atualização para o empresariado local, visto estar programado para acontecer na própria sede da instituição,  no Auditório do CIESP em Franca SP, com condições facilitadas de Matriculas e condições especiais e descontos nas mensalidades para todos os Associados ao CIESP Franca.  E,  o Programa conta também com o Apoio do Sindifranca, estendendo benefícios aos Associados do sindicato.


As Matriculas estarão disponíveis on-line aos candidatos interessados no menoraedu.net/cursosciespfranca  e já estão abertas para os primeiros módulos;  e para as Turmas iniciais ficam disponíveis até o final deste mês de Março.


A equipe do CIESP Franca está disposição para mais informações e para responder aos esclarecimentos que também podem ser obtidos por email no endereço secretaria@menoraedu.net , ou junto à coordenação local,  cujo endereços e contatos também estão disponíveis no hot-site.


Os programas de Curso MBA e Especialização são com formação completa de 360horas/aulas, ministrados presencialmente em 18meses de aulas com periodicidade de aulas quinzenais,  para o  Curso de Gestão do Design de Moda e Acessórios,  o  Curso de Gestão Industrial  Lean Manufacturing  e  o  Curso de Especialização em Engenharia de Produção.



+ Informações












SERVIÇO

Contato por e-mail:  secretaria@menoraedu.net 
Canal on-line: www.menoraedu.net/cursosciespfranca
Contato pelo site: www.esnt.com.br

sexta-feira, 9 de março de 2012

CRISE INTERNACIONAL? RISCO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO? _ EXPANSÃO DE MERCADO



EMPRESAS
Sem querer saber de crise, Hering repete estratégia vitoriosa e eleva de novo seu faturamento, que segue rumo aos R$ 2 bilhões


Cia. Hering parece não estar nem aí para algumas das principais preocupações da indústria brasileira nos últimos tempos. Pelo menos é isso que se pode imaginar
ao analisar os números da empresa em 2011


Divulgação/Cia. Hering
Expansão da empresa vai continuar se dando através da rede de lojas Hering Store

Crise internacional? Risco de desindustrialização? Queda no movimento dos consumidores nas lojas? A Cia. Hering parece não estar nem aí para algumas das principais preocupações da indústria brasileira nos últimos tempos. Pelo menos é isso que se pode imaginar ao analisar os números da empresa em 2011. A centenária têxtil blumenauense, que já se tornou um ícone nacional do setor, contabilizou mais um ano de resultados expressivos. O faturamento saltou de R$ 1,23 bilhão em 2010 – ano em que, pela primeira vez, superou a barreira do bilhão – para R$ 1,64 bilhão, um crescimento de 33,4%. Com isso, a receita da Cia. Hering aumentou em mais de 30% pelo quarto ano seguido (veja tabela ao lado). E a julgar pelo seu apetite, o faturamento de 2012 tem tudo para chegar na casa dos R$ 2 bilhões.
Apesar de pressões de custos de matérias-primas como o algodão, clima mais adverso e desaceleração do consumo ao longo do segundo semestre do último ano, a Cia. Hering conseguiu anular os efeitos negativos com aumento de preços e mudanças na engenharia de produtos e cadeia de suprimentos. O bom ritmo de desempenho foi sustentado por uma combinação de crescimento de vendas, expansão de margens e ampliação do retorno sobre o capital investido. Mais uma vez a marca Hering foi a principal plataforma de crescimento da empresa. Sozinha, ela faturou R$ 1,24 bilhão, soma superior à toda receita da companhia em 2010. No último ano, a marca respondeu por 75% do total das vendas.

EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO
DA CIA. HERING
Ano
Faturamento
(R$ milhões)
Variação
(%)
2006
390,0
+4
2007
442,6
+13,4
2008
629,1
+42,1
2009
876,9
+39,4
2010
1.235,1
+40,8
2011
1.647,3
+33,4
Fonte: Arquivo Noticenter

A Hering Store, principal canal de distribuição da marca Hering, encerrou 2011 com 432 lojas. Destas, 85 foram inauguradas ao longo do ano. As lojas próprias da empresa, no entanto, são minoria – apenas 48. A grande maioria são franquias, que já totalizam 384. Elas estão instaladas em shoppings centers, corredores comerciais e bairros, comercializando com exclusividade os produtos da marca, que teve um crescimento de 31,8% nas vendas. “Esse desempenho está relacionado à força da marca Hering que, a partir de seu posicionamento democrático, continua a atrair públicos das mais diversas idades, regiões e classes sociais”, destacou a administração da empresa, em mensagem publicada no balanço das atividades.
Pelo menos por enquanto as atenções da Cia. Hering devem mesmo ficar concentradas na expansão da marca Hering. Estudo realizado em 2010 apontou que a Hering Store tem potencial para atingir 604 lojas em todo o país, 172 a mais do que as atuais 432. “O ritmo de expansão (da rede) permaneceu acelerado e deve evoluir junto aos indicadores socioeconômicos e de penetração da marca”, acredita a companhia.



EMPREGOS
 Rede de lojas Hering Store: carro-chefe da expansão da companhia  


Centenária empresa têxtil brasileira colecionou mais um ano de resultados expressivos em 2011, com crescimento de dois dígitos em suas quatro marcas. Foram 85 lojas abertas. O faturamento atingiu R$ 1,64 bilhão, com crescimento acima dos 30% pelo quarto ano seguido



QUARTETO DE MARCAS CRESCE DOIS DÍGITOS
Todas as quatro marcas da Cia. Hering, que são comercializadas em lojas próprias, redes de varejo ou ainda pelas webstores, registraram crescimento acima de dois dígitos em 2011. Além da Hering, cujas vendas subiram 31,8%, Hering Kids, PUC e dzarm. também tiveram aumentos expressivos. As duas primeiras, voltadas ao público infantil, contabilizaram expansões de 41,6% e 26,3%, respectivamente.
Ambas não têm a mesma extensão do que a marca Hering. A Hering Kids, por exemplo, tem apenas cinco lojas próprias – três foram inauguradas em 2011. A empresa considerou o desempenho “muito positivo”, reforçando a “confiança na assertividade da estratégia desenvolvida para a marca e nas novas frentes de crescimento a explorar a partir do desenvolvimento da rede de lojas Hering Kids”. Já a rede PUC fechou duas lojas ao longo do ano, ficando com 76 unidades. De acordo com a Cia. Hering, isso se deve a “ajustes necessários para adequar a rede de distribuição ao posicionamento da marca”. Apesar disso, o resultado das próprias lojas e no canal de varejo garantiu o crescimento da marca.
A marca dzarm também computou bons números, apesar de os resultados da loja de bandeira própria – apenas uma – terem sido modestos até então. O principal canal de comercialização da dzarm são as redes de varejo multimarcas.

A EMPRESA EM NÚMEROS
 Faturamento de R$ 1,64 bilhão (2011)
• Lucro líquido de R$ 297,2 milhões (2011)
• 8.501 colaboradores
• 530 lojas no Brasil e no exterior
• 17,5% dos produtos são comprados prontos
• 384,3 mil cartões de crédito Hering Store ativos
• 9 unidades de produção e 2 centros de distribuição
Fonte: Arquivo Noticenter

PARA 2012, CRESCIMENTO DEVE SER MAIS CONTIDO
Apesar dos desafios do atual cenário econômico, a Cia. Hering acredita que terá mais um ano de bons resultados em 2012. E como em time que está ganhando não se mexe, a estratégia não vai mudar. Os investimentos no potencial das marcas terão sequência, mas desta vez a Hering Kids deverá ter participação mais efetiva. A meta da companhia é abrir 20 novas lojas da bandeira. Estudos iniciais já indicam um potencial de 200 a 250 lojas Hering Kids em todo o país. Já a Hering Store deve ganhar 75 novas unidades.
A dzarm. também terá seu número de lojas próprias ampliado, além de investimentos em marketing. Na PUC, os ajustes na rede continuarão, o que deve ocasionar no fechamento de mais algumas operações. No varejo online, a meta é capturar o alto potencial de crescimento deste canal. Uma nova estrutura de tecnologia, logística e o relançamento das webstores prometem proporcionar mais agilidade no atendimento ao cliente e uma melhor experiência de compra.
Mesmo mantendo o atual modelo de negócios, que vem rendendo bons frutos tanto em crescimento de vendas quanto em geração de valor, a Cia. Hering sabe que os resultados de 2012 serão mais contidos em relação aos anos anteriores. “Em função do estágio mais maduro de nossa estratégia e alto nível de produtividade de nossas operações, não esperamos repetir os níveis de crescimento de vendas e de resultados apresentados nos últimos anos”, admite a empresa.

MERCADO EXTERNO
Desde que mudou seu foco e decidiu apostar em franquias e lojas de varejo, e também em função do aquecimento da economia doméstica, a Cia. Hering reduziu sua participação no mercado internacional. Hoje as vendas da empresa em outros países somam apenas R$ 21,3 milhões – 1,3% do faturamento total. Fora do Brasil a companhia só não comercializa a marca Hering Kids. São 16 lojas no exterior, espalhadas pela América Latina.
Apesar dos obstáculos do modelo de exportação a partir do Brasil, a empresa garante que continua buscando maneiras de explorar o potencial de suas marcas na América do Sul. Em outubro de 2011, foi inaugurada a primeira loja franqueada no Chile. Para 2012, os alvos de oportunidades serão principalmente Colômbia e Peru.


Fonte:
Matéria publicada em 07/03/2012,
Noticenter  noticenter.com.br



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES E SISTEMA DE PRODUÇÃO LEAN: ROMPENDO COM VELHOS PARADIGMAS
Por: André Luís Almeida Bastos1

As organizações têm vivido um novo paradigma de satisfazer rapidamente às exigências do cliente (velocidade), obedecendo também ao critério flexibilidade. Assim, estes novos imperativos para a competitividade impulsionam as organizações a entregarem produtos e serviços de forma rápida e associada à capacidade de oferecer diversidade de itens. Há de se concordar que, de acordo com os leiautes departamentais tradicionais associados às práticas de demorados setups, grandes lotes de fabricação e critérios não claros na priorização de seqüenciamento de lotes na fabricação e entrega, estes novos imperativos enfrentam sérias restrições práticas para serem levados a efeito. Assim, para enfrentar a estes desafios, as empresas estão recorrendo à aplicação da mentalidade lean, visando sobretudo, respostas adequadas à demanda, de modo diferente aos antigos paradigmas de produção em massa.
Na lógica tradicional dos sistemas produtivos, observa-se com freqüência conflitos com fornecedores de matérias-primas e insumos,  gerados por atrasos nas entregas, entregas de itens de segunda qualidade, erros na documentação, entre outros, os quais, por sua vez, ocasionam perdas de tempo, retrabalhos e relações não-amigáveis entre clientes e fornecedores, comprometendo seriamente a constituição de uma cadeia.
A existência de uma política de aquisição de matérias-primas e produtos acabados em volumes maiores acaba sendo uma decisão que possibilita a minimização da descontinuidade do fluxo de produção ou entrega aos clientes em sistemas produtivos convencionais, haja vista: a possibilidade de ganho de escala (devido ao aumento do poder de barganha), a falta de pontualidade na entrega, a possibilidade de recebimento de itens de segunda qualidade, entre outros. Entretanto, deve-se considerar que tal estratégia de aquisição de volumes maiores também implica em descapitalização de recursos financeiros, o qual poderia ser postergado ou realizado quando do efetivo processamento da matéria-prima ou venda produto.
A parceria, baseada na relação ganha-ganha, é o princípio utilizado que rege a relação entre fornecedores e clientes na lógica enxuta e, nestes casos, as partes envolvidas trabalham juntas para eliminar problemas que acarretam prejuízos (Figueiredo, 2006). De acordo com este princípio, denominado por Schonberger (1993) como JIT externo, busca-se trabalhar com poucos mas, com elevado nível de qualificação de fornecedores que por sua vez são incumbidos de manter uma relação de elevado nível de atendimento, especialmente quanto aos critérios pontualidade e qualidade da entrega, mantendo uma relação de mútua confiança. Tubino (1999) já apontava para que a cadeia logística seja eficiente, três fatores seriam importantes: desenvolver fornecedores confiáveis, diminuir a base de fornecedores, para preferencialmente um, e promover a integração da produção do cliente com a dos fornecedores.
Neste sentido, os benefícios para a empresa desse modelo de relação com fornecedores é que as entregas dos itens passam a ocorrer de forma mais freqüente e pontual e em lotes menores, acarretando em menor estoque na planta dos clientes, minimização da incidência de atrasos de entrega do produto final por falta de material, minimização da necessidade de áreas destinadas ao armazenamento do material e dos eventuais desperdícios com materiais que tornam-se obsoletos.


1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referências:
FIGUEIREDO, K. F. A logística enxuta. Revista tecnologística, São Paulo, V.12, n.131, p.59-63, out/2006.
SCHONBERGER, R. Técnicas industriais japonesas: nove lições ocultas sobre a simplicidade. 4ª ed. São Paulo: Pioneira, 1993.
TUBINO, D. F. Sistemas de produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Alegre: Bookman,1999.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O TAMANHO DOS LOTES EM SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS E A MENTALIDADE LEAN


O TAMANHO DOS LOTES EM SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS E A MENTALIDADE LEAN: REVENDO OS LOTES ECONÔMICOS
Por: André Luís Almeida Bastos1

Nos últimos anos, as indústrias brasileiras têm se deparado com um novo paradigma de organização da produção, o qual confronta acentuadamente com o modelo tradicional que rege a gestão da maioria dos sistemas produtivos. Este novo paradigma, denominado lean manufacturing ou produção enxuta, baseia-se em conceitos já bastante conhecidos como: just in time, células de produção, polivalência, estoque zero, produção puxada, lote unitário, parcerias com fornecedores entre outros. Muitas indústrias ao redor do mundo têm agora, de fato, experimentado a aplicação destes conceitos em detrimento dos paradigmas tradicionais, especialmente caracterizadas por grandes volumes de estoques, filas, altos lead times, os quais contribuem acentuadamente para o baixo desempenho das atividades do sistema produtivo.
Na lógica tradicional baseada no princípio de ”empurrar a produção”, as operações são disparadas pela disponibilidade de material a processar. Assim, após a primeira operação, o lote é empurrado para a operação seguinte e o lote espera sua vez de encabeçar a fila de lotes a serem processados, conforme o nível de prioridade. Na lógica enxuta, a qual baseia-se no princípio de “puxar a produção”, uma operação só é disparada se o material por ela produzido é requerido pela operação subseqüente do processo, minimizando, dessa forma, o tempo de espera em filas e, conseqüentemente reduzindo o lead time de fabricação do lote e tempo de entrega ao cliente.
Uma premissa básica dos sistemas produtivos convencionais, associada ao tamanho dos lotes, consiste na fabricação de lotes maiores, os chamados lotes econômicos, de forma a obter uma economia de escala e minimização do custo unitário de fabricação. Um argumento comumente utilizado nas indústrias para justificar tal prática repousa na minimização da freqüência de setups, especialmente se os mesmos demandam grande soma de tempo para a realização. Assim a redução da freqüência de setups pela programação de lotes maiores no equipamento reduz o tempo improdutivo com máquinas paradas para trocas. Entretanto, observa-se que na prática, a fabricação de lotes ditos econômicos pode incorrer em um volume produzido superior ao volume necessário para atender aos pedidos – produção não nivelada à demanda do cliente, além de contribuir para a elevação dos níveis de estoques, maior tempo de processamento e conseqüentemente maiores filas, haja vista que uma tarefa individual aumentará o seu tempo de processamento proporcionalmente ao tamanho da fila de tarefas que está a sua frente.
A fabricação de lotes maiores acarreta também em minimização da flexibilidade. Este critério de desempenho, apontado por Tubino (2007) como um critério ganhador de pedido e tido como fundamental para aumento da competitividade, acaba sendo minimizado à medida que a utilização da capacidade produtiva instalada focada na fabricação de lotes maiores - típicos da produção em massa e com priorização para a minimização de setups nos equipamentos, diminui a capacidade de fabricação de itens variados e de mudanças de referências a curto prazo.
Portanto, conseqüências inconvenientes dos lotes maiores, sob o ponto de vista da mentalidade lean, consistem em: perda de flexibilidade, aumento do lead time de fabricação e entrega, incorrendo, portanto, em maior tempo de resposta ao cliente. Uma solução do ponto de vista lean consiste na minimização dos tamanhos dos lotes, o que por sua vez acarretará em menor lead time, aumento da velocidade de resposta, aumento da flexibilidade e conseqüentemente, melhor nível de atendimento de serviço ao cliente.
É óbvio que de acordo com o modelo tradicional, lotes reduzidos são responsáveis pelo aumento do número de setups, com conseqüente queda acentuada do volume de produção e aumento do custo unitário de fabricação e indicadores negativos de rendimento de máquina. Entretanto, o que a lógica enxuta prega é que grupos de trabalho compostos por funcionários devem concentrar esforços na minimização do tempo de setups, a partir da aplicação de uma técnica conhecida como Troca Rápida de Ferramentas - TRF, desenvolvida por Shingo ainda na década de setenta. A ação desta ferramenta é minimizar ao máximo o tempo de parada de máquinas para realização do setup e para tanto, busca-se fazer uma conversão do setup interno (atividades desenvolvidas enquanto a máquina está parada) em setup externo (atividades desenvolvidas quando a máquina está operando), além de propor a simplificação das atividades de setup interno que restarem ou mesmo a sua eliminação (SHINGO, 1983). Assim, vencida a barreira do tempo improdutivo de setups, passa a ser possível obter a redução do tamanho dos lotes.

1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referências:
SHINGO, S. A Revolution in Manufacturing: The SMED System. Productivity Press, Cambridge, 1983.
TUBINO, D. F. Manual de planejamento e controle de produção: São Paulo, Ed. Atlas, 2007.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O PROBLEMA DOS ESTOQUES NOS SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS E A MENTALIDADE LEAN


O PROBLEMA DOS ESTOQUES NOS SISTEMAS PRODUTIVOS CONVENCIONAIS E A MENTALIDADE LEAN: FOCO NA ELIMINAÇÃO DAS INEFICIÊNCIAS
Por: André Luís Almeida Bastos1

O lean manufacturing significa manufatura enxuta e consiste numa filosofia originada no Sistema Toyota de Produção e que tem sido aplicada em diversos tipos de sistemas produtivos, em todo o mundo, como uma estratégia operacional visando o incremento dos níveis de qualidade dos produtos, da produtividade e, conseqüente, da competitividade, por meio de criação de fluxos contínuos.  Para Womack e Jones (2004), os primeiros estudiosos do tema, o propósito da filosofia lean manufacturing consiste na eliminação de todo e qualquer desperdício, ou seja, tudo o que não agrega valor ao produto e que impede as melhorias incrementais de processo. Com a eliminaçao destes desperdícios, há uma melhoria no fluxo dos processos e no trabalho dos colaboradores, reduzindo, dessa forma, o lead time produtivo, e tornando a empresa mais flexível para atendimento do seu mercado.

Shigeo Shingo (8/01/1909 – 14/11/1990), um dos maiores gênios no campo de estudo da Engenharia de Produção, já apontava para os sete desperdícios mais comuns nas empresas: superprodução, defeitos de qualidade, processamento inapropriado, esperas, estoques desnecessários, transporte excessivo e movimentação desnecessária (SHINGO, 1996; OHNO, 1997). Entretanto, estes tipos de desperdícios podem ser eliminados ou minimizados se os conceitos lean forem adequadamente implementados dentro dos fluxos de valor porta-a-porta, dentro da fábrica.

Ao contrário da cadeia de suprimentos de sistemas produtivos convencionais, a qual pode contar com excesso de estoques e que, por conseqüência, convive com ineficiências escondidas, a idéia contida na mentalidade Lean consiste em maximizar o fluxo de valor, reduzir desperdícios e perdas, reduzir os tempos de entrega, reduzir estoques, dispor de maior flexibilidade e melhorar o nível de serviço ao cliente, sem impacto nos custos. Este pensamento é capaz de subsidiar um diferencial logístico para o incremento da competitividade, baseado em um serviço de qualidade, menor custo, a partir da flexibilidade e agilidade (BOWERSOX et al., 2002).

Tradicionalmente, a existência dos estoques nos sistemas produtivos convencionais está associada à necessidade de evitar descontinuidades no processo produtivo que sejam decorrentes de algumas ineficiências tais como:
a) problemas de qualidade ao longo do processo: neste caso, o estoque, denominado pulmão, impediria a interrupção de materiais nas etapas produtivas;
b) alterações no seqüenciamento de ordens de produção, bem como maximização do tamanho do lote, visando minimizar horas improdutivas com setups;
c) problemas no fornecimento de materiais, especialmente quando não se possui uma relação de parceria com fornecedores de forma a garantir pontualidade e qualidade dos itens entregues;
d) programação e fabricação de lotes maiores de forma a minimizar o custo unitário de fabricação.

Dessa forma, o principal argumento que embasa o pensamento lean consiste no fato de que o nível de estoque acaba por esconder as ineficiências do processo. O fato é que, no sistema produtivo tradicional, as ineficiências, como as citadas acima, são encobertas pelo nível de estoque e à medida que se reduz este nível, tais ineficiências são evidenciadas. Tal princípio, já amplamente discutido nas bibliografias, é utilizado pela lógica enxuta de forma a minimizar os estoques, a partir de uma atuação para eliminação das causas dos problemas que estão visíveis e que, dessa forma, são alvos de ações no sentido de eliminá-las.

Há que se ressaltar dois aspectos típicos do pensamento lean na aplicação deste princípio: o primeiro é que as pessoas diretamente envolvidas com os problemas nas empresas são convidadas a atuarem nos grupos de trabalho, através dos Kaizens, utilizando-se, em geral, das técnicas de solução de problemas conhecidas como MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problemas. Neste caso, percebe-se um maior envolvimento e motivação das pessoas, características do ambiente da Qualidade Total, onde se utiliza o potencial intelectual dos funcionários, eventualmente subestimado no sistema produtivo convencional. O segundo aspecto é que os problemas devem ser tratados de forma sistemática para que se obtenha efetividade nos efeitos das ações sobre as verdadeiras causas e assim, ao eliminar ou minimizar as causas dos problemas, pode-se minimizar ainda mais o nível dos estoques, quando então novos problemas antes encobertos, são evidenciados, o que caracteriza o princípio da Melhoria Contínua.

Em suma, os estoques são artifícios utilizados para impedir as descontinuidades nos sistemas produtivos convencionais. Tais descontinuidades são causadas por uma diversidade de ineficiências que tais empresas acabam convivendo. Entretanto, a mentalidade Lean visa atuar de forma sistemática nas causas geradoras de tais ineficiências, visando a manutenção de um fluxo contínuo, sem as inconveniências dos elevados níveis de estoque.

1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 



Referências:
BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Supply chain logistics management. New York. McGraw-Hill/Irwin. 2002.
OHNO, T. O sistema toyota de produção além da produção em larga escala , Trad. Cristina Schumacher, Artes Médicas, Porto Alegre, 1997.
SHINGO, S. O sistema toyota de produção - do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre, Bookman, 1996.
WOMACK, J; JONES, D. A Mentalidade Enxuta nas Empresas: elimine o desperdício e crie riquezas. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O PARADIGMA TRADICIONAL DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E O LEAN MANUFACTURING


A BUSCA DA EFICIÊNCIA NOS SISTEMAS PRODUTIVOS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE O PARADIGMA TRADICIONAL DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E O LEAN MANUFACTURING
Por: André Luís Almeida Bastos1

O termo lean, em português traduzido como enxuto, é um termo utilizado a partir dos anos 80 pelos pesquisadores Womak e Jones, do Massachusetts Institute of Technology – MIT e está associado ao sistema de produção eficiente, flexível, ágil e focado na agregação de valor ao cliente.  Este é um termo genérico usado para definir o sistema de manufatura da Toyota, denominado Sistema Toyota de Produção – STP, o qual foi estruturado por Taiichi Ohno, vice-presidente da companhia na época. Womack e Jones (2004) apontam as principais características do sistema de produção enxuto:
-        Possui enfoque no fluxo de produção em pequenos lotes, segundo a filosofia just-in-time e um nível reduzido de estoques;
-        Envolve ações de prevenção de defeitos em vez da correção;
-        Trabalha com produção puxada em vez da produção empurrada baseada em previsões de demanda;
-        É flexível, sendo organizada através de times de trabalho formados por mão-de-obra polivalente;
-        Pratica um envolvimento ativo na solução das causas de problemas com vistas à maximização da agregação de valor ao produto final;
-        Trabalha com um relacionamento de parceria intensivo desde o primeiro fornecedor até o cliente final.
Um problema existente na lógica tradicional dos sistemas produtivos decorre da busca da eficiência de forma isolada das partes que compõem toda a cadeia. Nestes sistemas predominam uma preocupação com o maior rendimento das partes isoladas do sistema, sem levar em consideração todo o sistema (JONES et al., 1997).
No dia-a-dia das empresas, observa-se uma tendência para a aquisição e emprego de máquinas de maior rendimento individual, busca de melhores tempos de produção e a fabricação de lotes maiores em cada um destes recursos, o que, em geral, acarretam em maiores estoques entre os recursos produtivos, devido ao desbalanceamento entre eles.
É plenamente possível visualizar que uma conseqüência dessa mentalidade no emprego de equipamentos com maiores rendimentos individuais, sem levar em consideração todo o sistema produtivo, consiste em maiores lead times dos lotes produzidos, devido às filas geradas, contribuindo para a descontinuidade do fluxo produtivo e no baixo nível de serviço pela demora para atendimento ao cliente.
Os princípios de produção relacionados ao Lean Manufacturing priorizam a otimização em toda a cadeia produtiva e não em etapas isoladas, utilizando-se para tanto do balanceamento de lotes menores em todos os recursos em função da demanda. O objetivo consiste em privilegiar a continuidade do fluxo produtivo e o aumento da velocidade de resposta ao cliente, pela minimização do lead time de fabricação.
Dessa forma, observa-se que a busca pelo maior rendimento dos recursos em centros produtivos isolados, utilizando-se de maiores capacidades de produção nestes centros, acabam gerando maior impedimento ao alcance dos objetivos da eficiência no paradigma lean, pelo fato de gerar maiores tempos de espera em etapas posteriores e um lead time total maior, além de se ter lotes maiores e menor flexibilidade. Dessa forma, definitivamente, a entrega ao cliente fica prejudicada...

1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referências:
JONES, D. T. Lean logistics. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management - MCB University Press, Vol. 27 No. 3/4, pp. 153-173., 1997
WOMACK, J; JONES, D. A Mentalidade Enxuta nas Empresas: elimine o desperdício e crie riquezas. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

RELAÇÕES DE PARCERIA NAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS DAS EMPRESAS

 Leia o Artigo na íntegra.


ARTIGO
RELAÇÕES DE PARCERIA NAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS DAS EMPRESAS DO SETOR METAL-MECÂNICO DO VALE DO ITAJAÍ


por André Luís Almeida Bastos*

 

Resumo

O setor metal-mecânico é um dos setores de atividade industrial mais competitivos de SC. É relevante observar se as práticas de relacionamento destas empresas com seus fornecedores convergem para o atendimento dos níveis de exigências requeridos pelo mercado. Entrevistou-se um grupo de 22 empresas, de um total de 53 do universo, segundo a classificação da FIESC. Observou-se que as práticas de relacionamento que caracterizam a parceria entre clientes e fornecedores de primeiro nível incidem, efetivamente, sobre um número muito pequeno de empresas, especialmente por ser este um setor de atividade industrial que tem sido alvo de grandes investimentos em busca de respostas aos elevados níveis de exigências do mercado.

Introdução

A maior parte das indústrias locais de grande e médio porte do setor metal-mecânico faz parte da cadeia de suprimentos do setor automotivo e, em decorrência do elevado nível de exigência relacionado ao padrão de fornecimento imposto pelas grandes empresas deste setor, em termos de qualidade e custos de seus produtos, muitos investimentos tem sido realizados pelas indústrias locais, ocasionando entre outros fatores, um aumento da capacitação da mão-de-obra com investimentos em treinamentos, uma intensa modificação de seus processos produtivos, tendo em vista às adequações exigidas por grandes clientes do setor automotivo. Deseja-se, entretanto, identificar como as relações com seus fornecedores imediatos tem se desenvolvido, de tal forma que estas empresas possam responder a estes novos e crescentes níveis de exigências impostos pelo mercado.
Dessa forma, o objetivo deste artigo consiste em identificar se as práticas das relações entre clientes e fornecedores do setor metal-mecânico no Vale do Itajaí convergem para as demandas de elevado nível de exigências de desempenho requerido pelo mercado e se tais práticas são baseadas em relações de parcerias entre cliente-fornecedor e se as mesmas buscam sustentar um melhor desempenho da cadeia, como um todo.

As novas relações nas cadeias de suprimentos (CS)

O fenômeno da horizontalização das atividades industriais, como decorrência de uma crescente necessidade de foco no Core Competence das organizações, traz como conseqüência uma mudança significativa na configuração da competitividade no mercado, onde cada vez mais a competição se estabelece entre cadeias de fornecimento integradas e não mais entre empresas individuais.
Estudiosos da Logística e Cadeia de Suprimentos ressaltam a necessidade dos clientes e fornecedores adotarem estratégias voltadas para a formação de parcerias de longo prazo, integração de processos e cooperação para que ambos possam se beneficiar mutuamente. Aliás, o próprio conceito de Cadeia de Suprimentos já pressupõe a integração entre fornecedores e clientes.


Parcerias com fornecedores
A prática de adotar parcerias vem sendo utilizada por várias organizações como uma alternativa para aumentar a sua vantagem competitiva. Estas relações podem ocorrer de diversas formas e recebem diversas denominações (associações, alianças estratégicas, parcerias, empresas consorciadas, entre outros), entretanto, todas as formas referem-se aos mesmos objetivos: aumentar a competitividade do bloco e incrementar a eficiência operacional (os quais não seriam possíveis de se obter individualmente). A integração propicia um ambiente em que ambos buscam alcançar melhores resultados, em termos de qualidade, custo dos produtos e serviços. Neste tipo de relacionamento, é comum uma redução da base de fornecedores, o desenvolvimento de produtos com participação de fornecedores e clientes, como forma de aumentar a produtividade e reduzir o tempo de entrega dos projetos.
A prática da utilização de contratos de longo prazo, por exemplo, tem sido utilizada como uma das formas de buscar redução de custos, tendo em vista a manutenção de garantias de volumes de itens a serem produzidos e entregues num horizonte de tempo de longo prazo. Estes contratos, além da garantia dos relacionamentos de longo prazo, estabelecem direitos e obrigações das partes, para gerar estabilidade e resguardar a confiança dos parceiros.
Em suma, deseja-se a partir da relaçao de parceria reduzir o preço do item comprado, obter uma melhor qualidade do item comprado, obter maior pontualidade de entrega do item comprado, aumentar a flexibilidade (diversidade e volumes) para o item comprado, obter poder de barganha junto ao fornecedores, obter um prazo maior para pagamento/aumento do capital de giro fornecedores, reduzir estoques internos, adquirir serviços/produtos qualificados/especializados, características inerentes a relações mais próximas entre os atores.

Resultados

A seguir, apresenta-se uma discussão dos resultados, conforme os objetivos descritos na introdução. Os responsáveis pelas respostas são líderes responsáveis pelas funções de Compras ou Qualidade nas empresas pesquisadas.

Disponibilizamos na íntegra o artigo e a pesquisa 
Acesse em  Artigos¹  Artigo Parcerias Metal-Mecânico por André Bastos.pdf




*O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contatos:
abastos@esnt.com.br 
Siga-me no twitter: @ESNT_esnt 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

RELAÇÕES DE PARCERIA EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS

Relações de parceria nas cadeias de suprimentos das empresas do setor metal-mecânico do Vale do Itajaí
Artigo avalia relacionamento entre indústrias do setor metal-mecânico do Vale do Itajaí e seus fornecedores



Em 2010, a indústria metal-mecânica de Santa Catarina exportou R$ 1,42 bilhão e encerrou o ano com 79 mil trabalhadores, segundo dados da Federação das Indústrias (Fiesc). A importância da atividade, traduzida pelos números, é reforçada também pelos constantes investimentos realizados pelas empresas do setor. A maioria delas integra a cadeia de suprimentos do setor automotivo, que possui um elevado nível de exigência em termos de qualidade e custos.

Diante dessa realidade, André Luís Almeida Bastos, coordenador dos cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e Lean Manufacturing da Furb, desenvolveu o Artigo “Relações de parceria nas cadeias de suprimentos das empresas do setor metal-mecânico do Vale do Itajaí”. No trabalho, o especialista avalia como o relacionamento de 22 empresas e seus fornecedores tem se desenvolvido, e se este relacionamento permite que essas mesmas indústrias atendam aos níveis de exigência impostos pelo mercado.

De acordo com Bastos, a prática de adotar parcerias com fornecedores vem sendo utilizada por muitas empresas como uma alternativa para aumentar a sua vantagem competitiva. Entre os principais objetivos, explica, está uma melhor eficiência operacional, com melhores produtos e serviços e redução de custos.

Os dados da pesquisa mostram que, das 22 empresas analisadas, 19 mantêm algum tipo de relação de parceria com fornecedores, seja na fabricação de produtos ou serviços de apoio. Deste total, 77% disseram que o objetivo é melhorar a qualidade do item recebido, enquanto 64% lembraram que a meta é baixar o preço de compra. “As empresas têm a consciência que programas de parceria com seus fornecedores podem levar a melhorias na qualidade, preço, pontualidade e redução de estoque”, avalia Bastos no artigo.

No entanto, é possível apontar, a partir dos números levantados, uma “insignificante preocupação com a colaboração na relação cliente-fornecedor, que pode ser concluída pela baixa incidência de iniciativas de desenvolvimento e melhoria de processos de fabricação de seus fornecedores, como resultado de um maior estreitamento nas relações entre os atores da cadeia de suprimentos”, avalia Bastos.

O especialista conclui que o nível de relacionamento entre os parceiros ainda se restringe à busca por resultados satisfatórios em qualidade do produto fornecido, preço e prazo de entrega, sem envolver um relacionamento mais integrado que essas práticas possibilitam. “As atuais práticas de relacionamento podem ser potencializadas para sustentar maiores níveis de exigências requeridos pelo mercado”, considera Bastos.

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Fonte: www.noticenter.com.br

Prof. André L. A. Bastos
Coordenador Pós-graduação Lato Sensu Lean Manufacturing
Coordenador Pós-graduação Lato Sensu Engenharia de Produçao
Centro de Ciências Tecnológicas - Universidade Regional de Blumenau