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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O PARADIGMA TRADICIONAL DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E O LEAN MANUFACTURING


A BUSCA DA EFICIÊNCIA NOS SISTEMAS PRODUTIVOS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE O PARADIGMA TRADICIONAL DE GESTÃO DA PRODUÇÃO E O LEAN MANUFACTURING
Por: André Luís Almeida Bastos1

O termo lean, em português traduzido como enxuto, é um termo utilizado a partir dos anos 80 pelos pesquisadores Womak e Jones, do Massachusetts Institute of Technology – MIT e está associado ao sistema de produção eficiente, flexível, ágil e focado na agregação de valor ao cliente.  Este é um termo genérico usado para definir o sistema de manufatura da Toyota, denominado Sistema Toyota de Produção – STP, o qual foi estruturado por Taiichi Ohno, vice-presidente da companhia na época. Womack e Jones (2004) apontam as principais características do sistema de produção enxuto:
-        Possui enfoque no fluxo de produção em pequenos lotes, segundo a filosofia just-in-time e um nível reduzido de estoques;
-        Envolve ações de prevenção de defeitos em vez da correção;
-        Trabalha com produção puxada em vez da produção empurrada baseada em previsões de demanda;
-        É flexível, sendo organizada através de times de trabalho formados por mão-de-obra polivalente;
-        Pratica um envolvimento ativo na solução das causas de problemas com vistas à maximização da agregação de valor ao produto final;
-        Trabalha com um relacionamento de parceria intensivo desde o primeiro fornecedor até o cliente final.
Um problema existente na lógica tradicional dos sistemas produtivos decorre da busca da eficiência de forma isolada das partes que compõem toda a cadeia. Nestes sistemas predominam uma preocupação com o maior rendimento das partes isoladas do sistema, sem levar em consideração todo o sistema (JONES et al., 1997).
No dia-a-dia das empresas, observa-se uma tendência para a aquisição e emprego de máquinas de maior rendimento individual, busca de melhores tempos de produção e a fabricação de lotes maiores em cada um destes recursos, o que, em geral, acarretam em maiores estoques entre os recursos produtivos, devido ao desbalanceamento entre eles.
É plenamente possível visualizar que uma conseqüência dessa mentalidade no emprego de equipamentos com maiores rendimentos individuais, sem levar em consideração todo o sistema produtivo, consiste em maiores lead times dos lotes produzidos, devido às filas geradas, contribuindo para a descontinuidade do fluxo produtivo e no baixo nível de serviço pela demora para atendimento ao cliente.
Os princípios de produção relacionados ao Lean Manufacturing priorizam a otimização em toda a cadeia produtiva e não em etapas isoladas, utilizando-se para tanto do balanceamento de lotes menores em todos os recursos em função da demanda. O objetivo consiste em privilegiar a continuidade do fluxo produtivo e o aumento da velocidade de resposta ao cliente, pela minimização do lead time de fabricação.
Dessa forma, observa-se que a busca pelo maior rendimento dos recursos em centros produtivos isolados, utilizando-se de maiores capacidades de produção nestes centros, acabam gerando maior impedimento ao alcance dos objetivos da eficiência no paradigma lean, pelo fato de gerar maiores tempos de espera em etapas posteriores e um lead time total maior, além de se ter lotes maiores e menor flexibilidade. Dessa forma, definitivamente, a entrega ao cliente fica prejudicada...

1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referências:
JONES, D. T. Lean logistics. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management - MCB University Press, Vol. 27 No. 3/4, pp. 153-173., 1997
WOMACK, J; JONES, D. A Mentalidade Enxuta nas Empresas: elimine o desperdício e crie riquezas. 5 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

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