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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES E SISTEMA DE PRODUÇÃO LEAN: ROMPENDO COM VELHOS PARADIGMAS
Por: André Luís Almeida Bastos1

As organizações têm vivido um novo paradigma de satisfazer rapidamente às exigências do cliente (velocidade), obedecendo também ao critério flexibilidade. Assim, estes novos imperativos para a competitividade impulsionam as organizações a entregarem produtos e serviços de forma rápida e associada à capacidade de oferecer diversidade de itens. Há de se concordar que, de acordo com os leiautes departamentais tradicionais associados às práticas de demorados setups, grandes lotes de fabricação e critérios não claros na priorização de seqüenciamento de lotes na fabricação e entrega, estes novos imperativos enfrentam sérias restrições práticas para serem levados a efeito. Assim, para enfrentar a estes desafios, as empresas estão recorrendo à aplicação da mentalidade lean, visando sobretudo, respostas adequadas à demanda, de modo diferente aos antigos paradigmas de produção em massa.
Na lógica tradicional dos sistemas produtivos, observa-se com freqüência conflitos com fornecedores de matérias-primas e insumos,  gerados por atrasos nas entregas, entregas de itens de segunda qualidade, erros na documentação, entre outros, os quais, por sua vez, ocasionam perdas de tempo, retrabalhos e relações não-amigáveis entre clientes e fornecedores, comprometendo seriamente a constituição de uma cadeia.
A existência de uma política de aquisição de matérias-primas e produtos acabados em volumes maiores acaba sendo uma decisão que possibilita a minimização da descontinuidade do fluxo de produção ou entrega aos clientes em sistemas produtivos convencionais, haja vista: a possibilidade de ganho de escala (devido ao aumento do poder de barganha), a falta de pontualidade na entrega, a possibilidade de recebimento de itens de segunda qualidade, entre outros. Entretanto, deve-se considerar que tal estratégia de aquisição de volumes maiores também implica em descapitalização de recursos financeiros, o qual poderia ser postergado ou realizado quando do efetivo processamento da matéria-prima ou venda produto.
A parceria, baseada na relação ganha-ganha, é o princípio utilizado que rege a relação entre fornecedores e clientes na lógica enxuta e, nestes casos, as partes envolvidas trabalham juntas para eliminar problemas que acarretam prejuízos (Figueiredo, 2006). De acordo com este princípio, denominado por Schonberger (1993) como JIT externo, busca-se trabalhar com poucos mas, com elevado nível de qualificação de fornecedores que por sua vez são incumbidos de manter uma relação de elevado nível de atendimento, especialmente quanto aos critérios pontualidade e qualidade da entrega, mantendo uma relação de mútua confiança. Tubino (1999) já apontava para que a cadeia logística seja eficiente, três fatores seriam importantes: desenvolver fornecedores confiáveis, diminuir a base de fornecedores, para preferencialmente um, e promover a integração da produção do cliente com a dos fornecedores.
Neste sentido, os benefícios para a empresa desse modelo de relação com fornecedores é que as entregas dos itens passam a ocorrer de forma mais freqüente e pontual e em lotes menores, acarretando em menor estoque na planta dos clientes, minimização da incidência de atrasos de entrega do produto final por falta de material, minimização da necessidade de áreas destinadas ao armazenamento do material e dos eventuais desperdícios com materiais que tornam-se obsoletos.


1 O autor é consultor de empresas e professor universitário, coordenador de cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e do MBA em Lean Manufacturing e diretor da ESNT – Escola Superior de Negócios e Tecnologia

Contato: abastos@esnt.com.br  twitter: @ESNT_esnt 


Referências:
FIGUEIREDO, K. F. A logística enxuta. Revista tecnologística, São Paulo, V.12, n.131, p.59-63, out/2006.
SCHONBERGER, R. Técnicas industriais japonesas: nove lições ocultas sobre a simplicidade. 4ª ed. São Paulo: Pioneira, 1993.
TUBINO, D. F. Sistemas de produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Alegre: Bookman,1999.

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